De olho no Mercado
MERCADO – As bolsas europeias mostraram recuperação na abertura dos negócios, mas as altas já não se sustentam em todas as praças na manhã desta sexta-feira, que finaliza uma das semanas de maior turbulência para o mercado local. O pregão em Londres é um dos que continuam firmes no território positivo agora cedo, impulsionado por uma alta das ações da BP após anúncio de comando da empresa. O bom humor dos investidores nas primeiras horas de negócios seguiu os ganhos vistos ontem em Wall Street. O que determinará a tendência daqui para a frente é o payroll. As expectativas são positivas, com os Estados Unidos devendo mostrar a geração de 150 mil postos de trabalho em setembro. O dado é altamente aguardado porque deve determinar a próxima ação de política monetária do Federal Reserve. Os mercados ainda estão muito sensíveis por causa da semana complicada que foi para os negócios. Além das incertezas sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, entrou no radar dos operadores uma disputa também da maior potência econômica do mundo com a União Europeia. Houve tensões geopolíticas no Oriente Médio, dados fracos da atividade no continente europeu e, na política, além do processo de impeachment do presidente Donald Trump, a arrastada novela local do Brexit. Ontem, dados fracos de atividade do setor de serviços americano impulsionaram apostas de que o Fed cortará juros pela terceira vez este ano na reunião do fim de outubro. Desde julho, o BC americano reduziu seu juro básico em um total de 0,50%, para a faixa de 1,75% a 2%.
BRASIL – No cenário doméstico, as atenções seguem nas articulações pela reforma da Previdência, na votação em segundo turno no Senado. Para acabar com a “guerra” aberta entre Senado e a Câmara que ameaça desidratar ainda mais a economia pretendida, o governo propôs a divisão do dinheiro do megaleilão de petróleo da área do pre-sal também com senadores e deputados por meio de aumento de recursos para emendas parlamentares, o que pode ser visto como positivo pelo mercado, para concluir a reforma, porém a informação não foi bem recebida pela cúpula do Congresso, o que corrobora para mais um impasse deixando mais incerteza para os investidores. O dólar caiu 1,08% hoje, a maior queda porcentual em um mês, influenciado pelo cenário externo e perspectiva de entrada forte de fluxo de recursos no Brasil. A divulgação do índice ISM do setor de serviços da economia americana com números abaixo do previsto por Wall Street provocou novo dia de enfraquecimento do dólar, tanto ante divisas fortes como emergentes. O real e o peso colombiano foram as divisas que mais ganharam força nesta quinta-feira, considerando uma cesta de 34 moedas. O destaque para a queda de ontem, é que a previsão de entrada forte de fluxo externo no Brasil até novembro vem fazendo grandes investidores desmontarem posições contra o real no mercado futuro da B3, o que contribui para a queda das cotações no mercado à vista. O Banco do Brasil faz oferta de ações este mês que pode girar cerca de R$ 5,7 bilhões, mas o volume maior de capital externo deve vir do megaleilão da cessão onerosa, dia 6 de novembro, que pode movimentar R$ 106 bilhões, dos quais a maioria virá do exterior. Ao todo, 14 empresas foram habilitadas a participar, incluindo a francesa Total, a holandesa Shell, a americana ExxonMobil e a Petronas, da Malásia.