De olho no mercado | 06 de Agosto 2019

Ontem foi um dia de queda generalizada: das bolsas (por aqui e ao redor do mundo), e das moedas frente ao dólar. As bolsas americanas tiveram suas maiores perdas desde dezembro do ano passado. Quem ganha em momentos como este são aqueles ativos considerados mais seguros do que a própria moeda norte-americana: o franco suíço, o yen japonês e até mesmo o ouro.

A baixa do Ibovespa foi de 2,5% (fechou aos 100.098 pontos), e nas mínimas chegamos a perder os 100 mil pontos. Quanto ao dólar, aproximou-se perigosamente dos R$ 4,00, tendo tido sua maior valorização frente ao real desde março. Fechou na maior taxa desde 30 de maio.

E qual foi o motivo para tudo isso? A China resolveu retaliar as tarifas comerciais impostas pelos EUA na semana passada. Deixou a moeda cair ainda mais (acima dos 7 por dólar, menor nível em 11 anos) e anunciou que irá suspender as compras de produtos agrícolas dos EUA. O PBoC (Banco Central da China) disse que a desvalorização do yuan “se devia aos efeitos de medidas unilaterais e protecionistas e de expectativas de tarifas contra a China”. Este evento por si é muito perigoso, pois pode levar a uma fuga de capitais deste país.

E ontem mesmo os EUA acusaram formalmente a China de manipular sua moeda no Fundo de Estabilização Cambial. Segundo os norte-americanos, o BC chinês reconhece “ampla manifestação da moeda”, viola os compromissos assumidos no G-20 e a questão será levada ao FMI. E Trump twittou: “isto se chama manipulação de moeda. Você está ouvindo Federal Reserve? Isso é uma violação importante que vai enfraquecer muito a China com o tempo”.

Segundo um gestor de fundo local: “com esse cenário global, o crescimento da demanda por risco em emergentes fica postergado”.

Mas hoje o clima está menos pesado: as bolsas asiáticas fecharam ainda no vermelho mas as europeias e os futuros de NY esboçam reação. O governo chinês estabeleceu como limite o valor de 6,9683 por dólar como referência diária e a moeda se estabilizou. O PCoC anunciou que fará em 14 de agosto uma emissão em Hong Kong de 30 bilhões de yuans em notas do banco central.

Mas cabe-nos ressaltar que o clima ainda é de muita cautela.

Hoje no Congresso será retomada a tramitação da reforma da Previdência e sairá a ata do Copom da última reunião. Nos EUA, teremos dois discursos de membros do Fed (lembram há cerca de três semanas atrás como eles podem sinalizaram o movimento futuro dos juros?), e o relatório Jolts (empregos em junho).

As moedas EM recuperam-se das acentuadas quedas frente ao dólar sofridas ontem e neste momento operam segundo tabela abaixo:

E o real deve abrir em queda também por aqui

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