De olho no mercado – 06 de Janeiro de 2020

De olho no mercado

Os temores sobre as consequências da morte de um importante comandante militar iraniano pelos EUA se intensificaram nesta segunda-feira, depois que o Irã disse que não iria mais cumprir o acordo nuclear de 2015, o que significa que não limitará mais a quantidade de urânio enriquecido que possui.

O Irã já havia prometido retaliar a morte de Qassem Soleimani, morto em um ataque aéreo dos EUA na semana passada próximo ao aeroporto de Bagdá, capital do Iraque. O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou para uma “grande retaliação” se Teerã reagir, aprofundando uma crise que aumentou os temores de um grande conflito no Oriente Médio.

A atividade comercial da zona do euro permaneceu próxima da estagnação em dezembro, foi o que mostrou uma pesquisa divulgada na segunda-feira, já que um aumento na atividade de serviços compensou parcialmente um declínio contínuo no setor manufatureiro do bloco.

O PMI final da zona do euro do IHS Markit subiu para 50,9 em dezembro em relação aos 50,6 de novembro.

No Reino Unido, uma pesquisa semelhante mostrou que o PMI de serviços subiu ligeiramente para atingir 50,0 no final do ano, indicando que a atividade era estável, mas as empresas relataram que o otimismo subiu ao seu nível mais alto em 15 meses.

A tensão entre Estados Unidos e Irã deve manter os mercados cautelosos na manhã desta segunda-feira que dá início à primeira semana “cheia” de 2020. A percepção é de que ainda serão muitos os desdobramentos do ataque que matou o general iraniano Qassim Suleimani, na sexta-feira. Por isso, profissionais do mercado não descartam que o dólar volte a se aproximar mais dos R$ 4,10 nesta semana.

“Não há perspectiva de trégua no curto prazo, uma vez que os dois lados seguem renovando as ameaças. Do ponto de vista do real, é possível que a cotação volte aos R$ 4,08 ou R$ 4,09 ao longo da semana”, disse Ricardo Gomes da Silva, diretor da Correparti, que chama a atenção também para a agenda pesada da semana, outro motivo para manter o investidor na retranca.

Para os próximos dias estão previstos indicadores econômicos importantes no Brasil, Europa e Estados Unidos. Entre os indicadores americanos estão os dados de emprego do relatório “payroll” e o Livro Bege, além de discursos de dirigentes do Federal Reserve. Por aqui, indicadores de inflação e atividade econômica estão no radar, com IPCA de dezembro, além da produção de veículos.

Nesta manhã, destaque para o Boletim Focus, do Banco Central, que mostrou poucas alterações nas estimativas do mercado. A projeção para o IPCA em 2020 cedeu de 3,61% para 3,60%. O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,50%. Para o câmbio, a estimativa para o fim de 2020 passou de R$ 4,08 para R$ 4,09. Para 2021, permaneceu em R$ 4,00.

Nos mercados internacionais, a manhã é de alta expressiva dos preços do petróleo, em decorrência da escalada das tensões no Oriente Médio. Já o dólar opera misto ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Ante o rublo e o dólar canadense, divisas de países exportadores de petróleo, há ligeira queda da moeda americana.

Na sexta-feira, primeiro dia em que os mercados reagiram ao ataque americano, o dólar à vista fechou em alta de 0,78%, aos R$ 4,0635.

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