Com uma relativa melhora no humor externo, ontem o dólar afastou-se um pouco da forte barreira psicológica dos R$ 4,00, e fechou em seu menor nível em sete dias. Frente aos nossos pares, tivemos o segundo melhor desempenho.
No noticiário a manchete ainda é a guerra comercial EUA x China. Este último país está dando sinais de que não pretende fomentar, por enquanto, uma guerra comercial. Aliado a isso, no campo comercial, ontem foram divulgados dados melhor do que o esperado em sua balança comercial, o que acalmou os mercados.
No campo político, a reforma da Previdência já chegou ao Senado e estima-se que ela será finalizada em até dois meses.
Em evento ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou que a economia mundial está passando por uma revisão de crescimento, e que os países emergentes estão se beneficiando do fluxo de investimentos, pois o custo do dinheiro agora está mais baixo. Alertou, no entanto, que este movimento é mais seletivo. Um depoimento interessante da autoridade foi quanto às intervenções no mercado de moedas: “se tem um mercado pressionado pela demanda de spot – à vista – vamos para o spot. Se tem um mercado com demanda por pré-pagamentos, oferecemos mais linha – venda de moeda com compromisso de recompra. Não temos preconceito com instrumentos”.
E hoje lá fora o clima é de retorno da cautela. A agenda econômica é fraca e os holofotes locais irão agora para o Senado. As bolsas europeias e os futuros de NY operam em queda e a libra esterlina encontra-se nas mínimas do dia (PIB inglês veio abaixo do esperado). Na Ásia os mercados fecharam sem direção única. Entre os dados que sairão hoje, teremos por aqui a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e nos EUA o PPI (inflação, um importante indicador monitorado pelo Fed).
No mercado de moedas, o dólar neste momento está ganhando força frente às EM, num movimento praticamente unilateral: as altas vão de 0,5% até 1,5%.
Este movimento sugere uma abertura em alta do real por aqui.