De olho no mercado
MERCADO – A relação entre Estados Unidos e China segue guiando o humor dos mercados nesta quarta-feira. O pessimismo visto mais cedo com a possibilidade de acordo entre as duas potências deu lugar à esperança diante do sinal de que a China ainda está aberta a fechar um acordo comercial parcial com Washington, mesmo depois de o governo americano ter incluído empresas chinesas em uma lista negra nesta semana. O clima ficou ainda mais positivo há pouco com a notícia de que a China vai propor comprar mais US$ 10 bilhões em produtos agrícolas dos EUA anualmente, tentando evitar assim um novo aumento de tarifas americanas sobre bens chineses no próximo dia 15, segundo fontes com conhecimento do assunto. Os dois países retomam as negociações comerciais amanhã e sexta-feira.
BRASIL – No Brasil, além da melhora no exterior, deve agradar a notícia de que foi fechado um acordo sobre a partilha dos recursos do pré-sal entre Estados e municípios. Pelo acordo, dos 30% da cessão onerosa que irão para os entes federativos após o pagamento à Petrobras, R$ 10,95 bilhões (o equivalente a 15%) ficarão com os municípios, seguindo os critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O mesmo montante será destinado aos Estados, sendo dois terços distribuídos pelas regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e um terço, seguindo a determinação da Lei Kandir. A proposta poderá ser votada hoje pela Câmara e, no dia 15, pelo Senado. Após o acordo, o relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), manifestou expectativa em concluir a votação da proposta no próximo dia 22. Também ontem o Congresso encerrou a sessão sem concluir a votação do projeto de crédito extra de R$ 3,041 bilhões no Orçamento e que facilita o pagamento de emendas parlamentares. Essa verba foi negociada para a aprovação da reforma da Previdência entre os deputados. Apenas a Câmara chegou a aprovar a medida, com um placar de 270 votos a favor e 17 contra. Na vez do Senado, não houve quórum suficiente para continuar a votação. Está no radar a relação desgastada entre o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos com o PSL. Ontem Bolsonaro sinalizou que pode mudar de partido e estaria em conversas com a UDN. A agenda de hoje traz também o IPCA, que deve mostrar nova desaceleração em setembro, ficando abaixo de 3% em 12 meses, perto do piso da meta deste ano (2,75%), reforçando o espaço para Selic abaixo de 5% este ano. Os DIs para janeiro de 2020 e 2021 já estão abaixo desse patamar.