De olho no mercado – 12 de novembro de 2019

De olho no mercado

Mercado Mundial – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá discutir a política comercial do país no Clube Econômico de Nova York nesta terça-feira, e os mercados devem se atentar a cada palavra.

O discurso de Trump, assim como o de líderes estrangeiros como o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev e o primeiro-ministro chinês Li Keqiang, será observado de perto por investidores ansiosos por qualquer notícia positiva sobre a guerra comercial com a China.

“Pode-se esperar que o presidente destaque como suas políticas de impostos mais baixos, desregulação e comércio justo e recíproco sustentaram a recuperação econômica mais longa na história dos EUA com desemprego em mínima recorde, alta dos salários e aumento da confiança do consumidor”, disse o porta-voz da Casa Branca, Judd Deere. Ele se recusou a dar mais detalhes.

Os mercados acionários dos EUA atingiram máximas recordes nas últimas semanas diante das expectativas de que a Casa Branca e o governo chinês estariam perto de um acordo comercial. Na semana passada, autoridades de ambos os lados disseram que tinham um acordo para reverter tarifas, mas Trump na sequência negou que houvesse fechado qualquer acordo.

Um discurso positivo sobre o comércio entre EUA e China deve satisfazer os participantes do mercado mesmo sem detalhes específicos sobre a “fase um” de um acordo sob negociação, disse Jim Paulsen, presidente de investimento do The Leuthold Group.

Mercado Brasileiro – O clima turbulento na América do Sul nos últimos dias tende a elevar a cautela dos investidores estrangeiros com relação à região, podendo reduzir o apetite externo pelas concessões e privatizações do governo brasileiro.

Para o CEO da Veedha Investimento, Rodrigo Tonon Marcatti, a frustração com o leilão do pré-sal, na semana passada, já foi um reflexo dessa desconfiança. “O gringo não está muito disposto com os sinais que ele tem enxergado”, diz Marcatti.

Além da renúncia do presidente da Bolívia, Evo Morales, no domingo (10), o presidente do Chile, Sebastián Piñera, continua enfrentando intensos protestos de rua contra o seu governo, ao passo que o kichnerismo acaba de retornar ao poder na Argentina, depois de um intervalo de quatro anos, agora sob a liderança de Alberto Fernández. Soma-se a todo este cenário, a crise econômica e humanitária na Venezuela.

“O Brasil já é considerado um dos piores países para se fazer negócios, já que não há muita estabilidade de regras. E que aconteceu na semana passada no STF [Supremo Tribunal Federal] só reforçou a insegurança jurídica que nós vivemos aqui”, ressalta Marcatti.

O professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Vinicius Vieira, acrescenta que os estrangeiros têm dificuldade de distinguir o que se passa no Brasil do que ocorre em outros países da América do Sul. Por isso, a instabilidade e protestos nos países vizinhos só ajudam a elevar a percepção de risco com relação ao Brasil.

Vieira comenta ainda que o mercado interpretou a soltura do Lula como um risco político, dado o aumento do dólar e a queda na bolsa. Na sexta (08/11), a cotação do dólar fechou em alta de 1,53%, a R$ 4,1635. Já a bolsa recuou 1,78%, marcando 107.628, 98 pontos.

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