De olho no mercado – 14 de novembro de 2019

De olho no mercado

Mercado mundial – O mercado de câmbio pode voltar a operar na defensiva em meio à cautela persistente no exterior com o impasse comercial entre Estados Unidos e China e após indicadores fracos chineses, do Japão e do Reino Unido. Uma realização de lucros recentes pode ajudar a enfraquecer a moeda, que acumula ganhos de 4,40% em sete das últimas nove sessões. Essa alta corresponde a mais da metade da valorização contabilizada ante o real neste ano até ontem, de 8,1%. Ruídos na política local, o fluxo cambial e o IBC-BR de setembro ficam ainda no foco.

Operadores apostam que o dólar pode ficar volátil, entre margens estreitas, depois de ter fechado em R$ 4,1856 (+0,46%), a maior cotação em mais de um ano, desde o dia 13 de setembro de 2018 (R$ 4,1998). No exterior, às 8h38, o índice DXY tinha viés de alta de 0,02%, a 98,396 pontos, enquanto o dólar exibia sinais mistos em relação a divisas emergentes ligadas a commodities. Ante o peso chileno, o dólar caía 0,33%, a 792,21 pontos, reagindo ao anúncio pelo banco central chileno de uma intervenção de US$ 4 bilhões no mercado, a partir desta quinta-feira (14). Ontem, o dólar subiu mais 2% ante o peso chileno e acumulava ganho de mais de 6% somente esta semana, além de ter avançado 15% neste ano.

Havia mais evidências da fraqueza econômica global, pois as vendas no varejo, a produção industrial e o investimento em ativos fixos da China desaceleraram em outubro, ficando aquém das expectativas nas três contagens. Os dados oficiais, no entanto, precisam ser medidos contra sinais de altos níveis recordes de importação de petróleo e volumes de vendas impressionantes gerados pelo evento do Dia do Solteiro do Alibaba no fim de semana.

Enquanto isso, a economia da zona do euro cresceu 0,2% no terceiro trimestre, o principal destaque é que a Alemanha – tradicionalmente o motor da região – evitou uma recessão técnica ao obter 0,1% de crescimento até setembro.

No entanto, não havia como esconder alguns números fraquíssimos ​​do Japão, onde o crescimento trimestral do PIB não atendia às expectativas e a taxa anual diminuiu para apenas 0,2%, devido em grande parte a queda consumo privado e à demanda externa.

Mercado Brasileiro – O investidor terá nesta quinta-feira mais um sinal sobre a situação da economia brasileira com o IBC-Br de setembro (9h00), após dois outros dados do mesmo mês, pesquisa de serviços e vendas no varejo, terem mostrado melhora na margem.

Um resultado mais forte tende a trazer pressão de alta nas taxas mais curtas, enquanto as mais longas podem seguir sendo afetadas pela cautela no exterior com turbulência políticas em países da América do Sul, dúvidas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e dados fracos da China revelados hoje. O leilão do Tesouro de venda de LTN, NTN-F e LFT (11h30) também pode trazer pressão pontual para cima.

Ontem as taxas fecharam em alta e a curva de juro a termo precificava chance maior de corte de 50 pontos-base da Selic em dezembro, para 4,5% (69% ontem, de 81% na quarta-feira da semana passada), segundo cálculos da Quantitas Asset.

Na política, os investidores ficam de olho na agenda do Supremo Tribunal Federal, que prevê ainda neste mês o julgamento de ações que pedem a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, em relação a sentenças na Operação Lava Jato. Se a sentença for favorável às ações, poderá ser usada em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na mesma linha, pode repercutir uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que anulou nesta quarta-feira uma decisão da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba. O caso tratava de desvio de verbas em uma cidade do interior do Paraná, fora do âmbito da força-tarefa da Lava Jato. Segundo o desembargador Leandro Paulsen, a magistrada ‘reproduziu, como seus, argumentos de terceiro’ na sentença – prática conhecida como “copia e cola”. A alegação é a mesma utilizada pela defesa do ex-presidente Lula para pedir a anulação do processo do sítio de Atibaia.

Os mercados locais podem repercutir ainda a notícia de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, recebeu dados sigilosos de 600 mil pessoas, entre elas, membros da família Bolsonaro. As investigações do caso Marielle e Anderson são pano de fundo de preocupações entre alguns agentes financeiros.

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