De olho no mercado
Mercado Mundial – EUA – A Câmara dos Deputados votou no impeachment do presidente Donald Trump em uma votação que foi – como esperado – quase inteiramente de acordo com as linhas partidárias.
Trump agora enfrentará um julgamento no Senado, embora ainda não esteja claro quando. Os noticiários sugerem que a líder da Câmara, Nancy Pelosi, atrasará o envio dos artigos de impeachment ao Senado, na esperança de pressionar as principais testemunhas, como o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton. Bolton foi instruído por Trump a não testemunhar durante a investigação de impeachment da Câmara.
Pesquisas de opinião sugerem que a população está dividida igualmente entre aqueles que concordam com o impeachment e aqueles que discordam. No entanto, 75% dos entrevistados concordam que a pressão de Trump na Ucrânia para investigar o filho de Joe Biden estava errada e 48% dizem que definitivamente não votarão em Trump na eleição do próximo ano, segundo a CNBC.
Europa – O Banco da Inglaterra realizou sua primeira reunião de política desde a eleição geral, seguida pela conferência de imprensa do governador Mark Carney, mantendo a taxa em 0,75%. A atenção dos investidores estão voltadas como a autoridade monetária realiza uma série de leituras de dados extremamente fracas na última semana, que abrangem o mercado imobiliário, o setor de construção, a manufatura e, mais cedo na quinta-feira, as vendas no varejo.
Todos esses dados apontaram para que as empresas e os consumidores se tornassem mais pessimistas antes da eleição, contra um cenário de incerteza prolongada sobre a direção do Brexit.
Mercado Brasileiro – O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (18), com o mercado acompanhando as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Enquanto isso, no exterior, o clima é de arrefecimento do otimismo, com o mercado buscando mais detalhes sobre o acordo comercial inicial entre China e Estados Unidos.
A moeda norte-americana caiu 0,13%, a R$ 4,0589. No mês, o dólar acumula queda de 4,26%, mas no ano há alta de 4,77%.
O mercado espera taxa de câmbio de R$ 4,15 por dólar ao fim de 2019 e de R$ 4,10 no fechamento de 2020, segundo pesquisa Focus do Banco Central.
O Banco Central manteve sua projeção de inflação para 2019 no cenário de mercado. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado há pouco, este cenário indica um IPCA de 4,0% para este ano. O porcentual é o mesmo verificado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terça-feira (17).
No RTI divulgado em setembro deste ano, o BC projetava alta do índice oficial de preços de 3,3% pelo cenário de mercado. Para 2020, o cenário de mercado indica que o IPCA ficará em 3,5%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de setembro, a projeção era de 3,6%. Para 2021, o cenário de mercado indica que o IPCA ficará em 3,4%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de setembro, a projeção era de 3,7%. Já a projeção para o IPCA de 2022, pelo cenário de mercado, está em 3,4%, indicou o RTI divulgado hoje. No relatório anterior, de setembro, o porcentual calculado era de 3,8%.
O cenário de mercado utiliza como parâmetros as previsões dos analistas, contidas no Relatório de Mercado Focus, para a taxa de câmbio e os juros no horizonte da previsão.
Para 2019, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%).