Em dia de fuga generalizada das moedas ditas “emergentes”, ontem o real desvalorizou-se 1,60% e fechou em seu maior nível desde maio. Na máxima do dia chegou a bater R$ 4,075 mas fechou em R$ 4,066. O dólar só não subiu na Argentina porquê foi feriado por lá…
Quando tudo caminhava para ser um dia tranquilo por aqui, onde as bolsas mundo afora subiam e tínhamos um típico movimento de trégua, o dólar não parava de subir. A moeda americana valorizava-se de forma generalizada com declarações do presidente Trump e membros de seu governo dizendo que não viam riscos de recessão nos EUA (a típica definição do dólar forte: juros altos por lá atrairiam mais investidores).
Somado a isso, declarações do presidente do Fed de Boston (Eric Rosengren) dando conta de que “não necessariamente é preciso relaxar mais a política monetária nos EUA”, também fortaleceram a moeda americana. Ele falou que o quadro econômico é positivo no país e que, casos suas previsões se confirmem, não há necessidade de cortar os juros. Lembrando, ele foi um dos dois dissidentes na última reunião do Fed, e defendeu a manutenção doas juros, e não o corte de 25 pontos base. Ainda segundo ele, a desaceleração econômica global deve provocar relaxamento monetário pelo mundo. Não vê, porém, a necessidade de que os EUA façam isso. “O papel de relaxar a política monetária é das autoridades das outras nações”, concluiu.
Um indicador interessante que monitoramos e ontem não teve grandes alterações foi o CDS (risco país), que fechou em 137 pontos (leitura anterior foi de 136). O foco foram as moedas mesmo. Segundo gestores: “o real caiu acompanhando as moedas emergentes, mas em ritmo mais acelerado por aqui. O temor de recessão mundial segue pressionando as moedas emergentes com os investidores fugindo de ativos de risco. A volatilidade no mercado de câmbio vai continuar alta e as moedas EM seguirão pressionadas, por conta da maior demanda por dólar na economia mundial”.
A agenda de hoje é fraca: teremos a posse de um novo Ministro da Fazenda na Argentina e um discurso de um diretor do Fed nos EUA. Por aqui, nosso destaque vai para a PEC da Previdência que segue sua tramitação no Senado.
As bolsas europeias operam sem direção única onde os investidores estão no aguardo das medidas de incentivo por parte dos bancos centrais (amanhã sairão as atas). Na Ásia as bolsas embora já fechadas, também operaram sem direção única.
No mercado de moedas…
Ainda vemos pressão em algumas moedas, embora o movimento seja mais tênue que ontem.