De olho no mercado
Como consequência de mais um capítulo da guerra comercial, o dólar fechou na semana em seu maior nível em quase um ano: R$ 4,125 (+1,15% no dia, 3% na comparação semanal).
Na tarde de sexta-feira, o presidente Donald Trump reagiu à decisão da China de retaliar as tarifas americanas. Em seu twitter, ele afirmou que anunciará novas medidas e pediu para que as empresas dos EUA saíssem da China. Esta declaração veio depois que o governo chinês anunciou tarifas de 5% a 10% sobre um total de USD 75 bilhões em produtos americanos.
E a reação dos mercados foi forte: “nossa opinião é que o dólar deve se manter firme nos próximos meses, com uma demanda fortalecida pela aversão ao risco ligada ao temor de desaceleração mundial e de tensões comerciais”, afirmou o analista de um grande banco.
Mas daí vem o final de semana….
Em tom mais suave, Trump disse na reunião do G-7 em relação à China: “tudo é possível”. Segundo ele, “os EUA encontram-se em uma melhor posição agora do que antes em relação à China”, e voltou a elogiar o presidente da China, dizendo que as conversas continuam.
Falando um pouco de G-7, seus líderes disseram ontem que estão se preparando para ajudar o Brasil a combater os incêndios e reparar os danos na região. Esta ajuda envolve recursos financeiros e técnicos.
As bolsas asiáticas já fecharam em forte queda ainda como consequência da semana passada, mas as europeias e os futuros de NY operam pra cima (após as fortes quedas de sexta-feira).
A agenda da semana traz como destaques os desdobramentos da guerra comercial EUA x China, dados do PIB do Brasil (5f) e dos EUA (5f), dados de crédito (4f), IGP-M de agosto (5f), resultado primário do governo central (6f). Na Europa teremos o PIB alemão na terça-feira e os dados de desemprego na zona do euro. Na China, será divulgado a sondagem industrial na sexta-feira, um importante indicador da saúde deste gigante asiático. Por aqui, ainda, segue a tramitação da reforma da Previdência no Senado, e o placar segue folgado rumando para a aprovação.
Neste momento, o dólar continua ganhando valor frente às moedas EM, com altas de 1% frente à lira turca e de 0,75% frente à rúpia chinesa.