De olho no mercado – 26 de novembro de 2019

De olho no mercado

Mercado Brasileiro – O mercado de câmbio deve repercutir a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo, em entrevista em Washington ontem à noite. Contudo, o desempenho quase lateral do dólar ante moedas principais e os sinais mistos frente divisas emergentes ligadas a commodities no exterior podem limitar eventual pressão de alta, em meio a expectativas otimistas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

A moeda americana subiu 0,52% nessa segunda-feira, para recorde histórico de R$ 4,2145, e acumula valorização de 5,12% em novembro. Em entrevista em Washington, Guedes afirmou que o dólar está alto. Problema nenhum, zero?, disse Guedes, acrescentando que os juros reais do Brasil estão abaixo de 2%, a inflação descendo, os juros descendo junto. Ao ser questionado se o dólar acima de R$ 4,20 é confortável, Guedes afirmou que isso é a economia quem irá responder e que a cotação às vezes varia.

Para operadores de câmbio, as declarações do ministro trazem preocupação e podem apoiar ajustes no dólar e nos juros futuros.

Mercado mundial – Com as bolsas no exterior operando próximas a estabilidade, os investidores deverão se voltar para o cenário interno nesta terça-feira em meio a notícias corporativas e fala do ministro da Economia, Paulo Guedes. Após a moeda americana renovar recorde histórico ontem, cotada a R$ 4,21, o ministro disse durante entrevista em Washington que “é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo?.

Diante da afirmação, analistas chamam a atenção para certa pressão nas ações de Gol, Azul e CVC, uma vez que as companhias aéreas possuem cerca de 70% de seus gastos atrelados à divisa americana, ao passo que para a CVC, o dólar mais alto penaliza a procura por viagens. Por outro lado, especialistas ressaltam que com o real depreciado por mais tempo, as empresas exportadoras tendem a se beneficiar, como é o caso de Vale e Suzano. Em relação à percepção de Guedes para os juros, os setores de construção e de varejo devem se manter otimistas. Para o dia de hoje, atenção também para Marisa Lojas, Petrobras, Itaú Unibanco, Energisa e Gerdau.

A Marisa Lojas anunciou follow on do tipo primária. Contando lotes extras, a oferta pode girar até R$ 654 milhões ao preço do fechamento de ontem, de R$ 10,65. Serão inicialmente 46.875.000 ações, mais lote adicional de até 20% (9.375.000) e suplementar de até 11% (5.208.333). “Como é de costume, as ações da companhia podem sofrer pressão de baixa daqui pra frente, com o mercado pressionando o papel para comprar mais barato no dia da precificação”, apontou um analista. O preço da ação na oferta será definido em procedimento de coleta de intenções (bookbulding) que tem início hoje e se encerra no dia 4 de dezembro.

No exterior, o viés é de leve baixa, próximo a estabilidade tanto nas bolsas europeias quanto nos futuros de Nova York, mesmo após autoridades americanas e chinesas conversarem e concordarem em continuar a buscar um acordo preliminar para pôr fim à guerra comercial que envolve os dois países desde o ano passado. O clima de incerteza, porém, prevalece, uma vez que não está claro se ambos os lados chegarão a um acordo antes de 15 de dezembro, quando novas tarifas americanas sobre produtos chineses deverão entrar em vigor.

Ainda em relação aos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse ontem à noite que a “posição atual da política monetária se mantém apropriada”, na medida em que informações sobre a economia dos Estados Unidos continuam “amplamente consistentes” com as perspectivas da autoridade monetária, de “crescimento econômico moderado, com mercado de trabalho forte, e inflação perto da meta de 2%”.

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