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O Banco Central se manifesta com um “forward guidance”* otimista, como destaca a agência Reuters:
“No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC repetiu a avaliação de que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas que devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
E com isto manteve, como esperado a taxa SELIC mitigando, contudo, sinalizações prospectivas de agravamento do quadro fiscal e econômico, e até da crise do coronavírus.
*ferramenta usada pelo Banco Central de um determinado país, para guiar a economia e responder às expectativas do mercado sobre o provável curso da política de juros. Visa evitar surpresas que possam perturbar os mercados, e causar flutuações significativas nos preços dos ativos.
Os agentes do mercado ancorados neste posicionamento fomentam perspectivas melhores, extraindo dados econômicos alvissareiros e conduzindo todo o contexto envolvido a um otimismo, a rigor, sem base fundamentalista concreta, mas agem e reagem na prática de forma absolutamente diversa.
A rigor a crise fiscal é um estorvo na questão brasileira, até o momento sem solução, a inflação dita temporária sinaliza que veio para ficar e se irradiar por todos os preços da economia e uma eventual segunda rodada da pandemia, se acontecer, vai encontrar o país com suas finanças em “frangalhos”, o desemprego presente é forte e, se o governo não der continuidade aos programas assistenciais às populações carentes, a tendência é o crescimento da miséria.
Isto o “forward guidance” posto pelo Copom não vê ou pelo menos não expressa a preocupação que deveria, visto que são riscos imediatos.
No processo em cadeia da economia aumentando a demanda na ponta do varejo, impulsionou o atacado e chegou à produção, e assim houve um clamor de que tudo estava voltando rapidamente ao normal e que, o Brasil era um emergente diferente, com poder de reação muito superior aos demais países.
Porém, o setor de serviços se mostrava claudicante e a sua importância no PIB nacional é de 70%. E o desemprego mostrou sua realidade batendo recorde em Setembro, e então se acentuaram os efeitos nefastos do “câmbio alto”, que ao beneficiar unicamente o setor exportador do agronegócio e metálicos trouxe para a economia interna forte impacto inflacionário, mitigado na metodologia do IPCA, mas alarmante no IGP-M.
Há preocupações com as eleições americanas, com o agravamento da crise da pandemia do coronavírus em sua segunda rodada no mundo, mas há inúmeros fatores internos absolutamente indefinidos e altamente preocupantes que sugerem postura defensiva por parte dos investidores e empresários.
Notícias
Mercado Externo
Covid em alta pressiona Reino Unido a seguir lockdowns de França e Alemanha
O Reino Unido resistia nesta quinta-feira à pressão para impor um segundo lockdown nacional depois que França e Alemanha adotaram restrições abrangentes à vida social para conter uma disparada de infecções por coronavírus que colocou os serviços de saúde no limite.
O governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, evitou até o momento um lockdown de âmbito nacional, preferindo um sistema escalonado de controles locais concebidos para endurecer as medidas em regiões afetadas e deixando outras menos limitadas. Leia mais
China busca crescimento sustentado e saudável nos cinco anos até 2025
A China buscará desenvolvimento econômico sustentado e saudável nos cinco anos até 2025, com ênfase em uma qualidade maior de crescimento, informou a agência de notícias Xinhua nesta sexta-feira, citando o Comitê Central do Partido Comunista.
O presidente, Xi Jinping, e membros do Comitê Central, maior das entidades de decisão do partido, reuniram-se a portas fechadas desde segunda-feira para detalhar o 14º plano de cinco anos para desenvolvimento econômico e social. Leia mais
BC do Japão reduz projeções para economia mas indica pausa na política monetária
O banco central do Japão reduziu nesta quinta-feira suas estimativas para a economia e a inflação no atual ano fiscal, mas ofereceu uma visão mais positiva sobre as perspectivas de recuperação, sinalizando que adotou estímulo suficiente por enquanto.
O Banco do Japão, entretanto, alertou que a perspectiva é altamente incerta já que a pandemia pesa sobre os gastos no setor de serviços e o ressurgimento das infecções na Europa afetam as perspectivas para uma recuperação global sustentada. Leia mais
Preços do petróleo ampliam perdas e caem mais de 3% com novos “lockdowns”
Os preços do petróleo caíam mais de 3% nesta quinta-feira, para o menor nível desde meados de junho, ampliando as fortes perdas da véspera devido ao impacto potencial de novos “lockdowns” adotados contra o coronavírus sobre a demanda pela commodity.
O petróleo Brent recuava 1,27 dólar, ou 3,25%, a 37,85 dólares por barril, às 8:02 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 1,32 dólar, ou 3,53%, a 36,07 dólares por barril. Leia mais
PIB dos EUA teve crescimento anualizado de 33,1% no terceiro trimestre
A economia dos EUA cresceu em seu ritmo mais rápido desde que os registros começaram no terceiro trimestre, revertendo muito, mas não toda a produção perdida no segundo trimestre sob o impacto da pandemia de coronavírus.
O Departamento de Comércio disse que o produto interno bruto cresceu 33,1% anualizado no trimestre, após contrair 31% no segundo trimestre. Os analistas esperavam uma expansão de 31,9%. Leia mais
Mercado Interno
Ibovespa Futuros começa o dia estável em meio a balanços e cautela no exterior
O Ibovespa Futuros começa o dia estável com leve baixa de 0,06%, aos 95.232 pontos às 09h23, apesar de desempenho misto dos índices no exterior, o que indica que o mercado por aqui deve lutar para esboçar reação.
Na Europa, as bolsas iniciaram o dia positivas, tentando se recuperar do fraco desempenho do mês em meio a temores sobre a alta nos casos de Covid-19 e seu consequente impacto sobre a recuperação econômica. Leia mais
Dólar volta a subir contra real; mercado acompanha clima externo e digere Copom
O dólar abriu esta quinta-feira em alta contra o real, voltando a se aproximar do patamar de 5,80 reais à medida que os investidores acompanhavam a disseminação global da Covid-19, esperavam pelas eleições norte-americanas e digeriam o comunicado de política monetária do Copom, divulgado na véspera.
Às 9:12, o dólar avançava 0,30%, a 5,7806 reais na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro subia 0,51%, a 5,7775 reais. Leia mais
Preços no atacado arrefecem e IGP-M desacelera alta a 3,23% em outubro, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou a alta a 3,23% em outubro depois de subir 4,34% em setembro, com o arrefecimento da alta no atacado compensando a maior pressão para o consumidor.
O dado divulgado nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 3,10% no mês. Leia mais
BC já torrou US$ 23,4 bi para deter dólar
A forte pressão de alta do dólar em relação ao real na manhã de quarta-feira, 28, fez o Banco Central entrar no mercado para segurar a moeda americana. O BC convocou leilão de venda de dólares das reservas internacionais e negociou com o mercado financeiro um total de US$ 1,042 bilhão. Com a operação, a moeda americana, que se aproximou dos R$ 5,80 antes das 10 horas, acabou recuando para a faixa dos R$ 5,73, e fechou o dia a R$ 5,7619.
Desde que a pandemia se intensificou, entre o fim de fevereiro e o início de março, o BC vem promovendo operações de venda de dólares no mercado financeiro para conter o avanço da moeda americana. A intenção não é necessariamente fazer a cotação cair, mas sim evitar que ela dispare rapidamente, o que poderia desestruturar os negócios. O efeito é paliativo. Leia mais
ENTREVISTA: ‘Juro a 2% é insustentável, mas não se sabe como o BC sai da arapuca’
A manutenção dos juros básicos no patamar historicamente baixo de 2% ao ano, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), demonstra que o Banco Central caiu em uma armadilha: o mercado apostou em uma recuperação mais lenta da economia após o pior da pandemia da covid-19 e em uma inflação mais baixa. Essa é a avaliação de Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ministro das Comunicações. “O BC ficou com uma batata quente nas mãos, com inflação prevista para mais de 3% no ano que vem. BC e mercado erraram, mas não esperem um pedido de desculpas.” Para o economista, a taxa Selic é insustentável no patamar atual e deve voltar a subir, para um nível próximo a 3,5% ao ano, seguindo as previsões de inflação para o ano que vem. A seguir, trechos da entrevista. Leia mais
Confiança de serviços no Brasil volta a cair após 5 meses, aponta FGV
A confiança de serviços no Brasil interrompeu cinco meses seguidos de ganhos e recuou em outubro, em patamar abaixo daquele visto antes da pandemia de coronavírus, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou em outubro 0,4 ponto e chegou a 87,5 pontos apesar do aumento no volume de serviços no mês, devido à piora das expectativas, segundo a FGV. Leia mais