De olho no mercado
Mercado Mundial – Uma nova rodada de dados econômicos dos EUA será observada de perto em um momento em que os mercados estão tentando avaliar o impacto do conflito comercial nas perspectivas de crescimento.
Quarta-feira traz o Índice de Preços ao Consumidor de outubro. O IPC principal em relação ao ano deve ficar em 2,4% e o nominal em 1,7%. Mas a medida favorita do Fed as principais despesas de consumo pessoal está em torno de 1,6% – ficando abaixo da meta de 2% desde a crise pré-financeira.
As aparições do presidente dos EUA, Donald Trump, e do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, estarão em destaque nessa semana em meio a uma incerteza renovada sobre as perspectivas de um acordo comercial preliminar entre EUA e China.
Os investidores também receberão uma atualização sobre a saúde da economia global, com vários países desde a Alemanha até o Japão programados para divulgar dados de crescimento no terceiro trimestre
Os EUA devem divulgar dados de inflação na quarta-feira e dados de vendas no varejo e produção industrial na sexta-feira. O calendário também apresenta aparições de várias autoridades do Fed.
Enquanto isso, o maior dia de compras online da China, o Dia do Solteiro (11.11), começa na segunda-feira, com analistas em busca de sinais de consequências da guerra comercial na segunda maior economia do mundo.
Mercado Brasileiro – Sonho da esquerda e pesadelo da direita, a libertação de Luiz Inacio Lula da Silva se tornou uma realidade na sexta-feira (08).
O ex-presidente deixou a Polícia Federal de Curitiba amparado pela confirmação feita quinta-feira (07), por maioria do Supremo Tribunal Federal (STF), de que a prisão só pode ser feita após condenação em segunda instância. A dúvida agora é sobre as consequências de um dos fatos políticos mais relevantes dos últimos anos.
A reação do mercado de sexta-feira foi de queda forte desde o início do dia, acentuada quando foi confirmada a soltura. O dólar teve valorização de 1,83%, e encerrou o dia a 4,168 reais, enquanto o Ibovespa fechou em baixa de 1,78%. Nesta Segunda-feira (11) teve novamente abertura em alta dado os acontecimentos da semana passada.
Analistas de mercado viram no movimento um reflexo de insegurança jurídica, devido à frequência de mudanças no entendimento do STF, e também de mais instabilidade política e institucional de forma geral.
Eles também notaram que a semana passada foi de frustração com o leilão do pré-sal (também relacionada com a questão regulatória), além de um cenário externo negativo devido às dificuldades na guerra comercial entre Estados Unidos e China.
“O investidor estrangeiro está vendo o Brasil com olhos não tão positivos, devido a problemas que já tivemos com contratos aqui, e também está migrando de países emergentes devido ao nível de instabilidade neste mês”, diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management.