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Dólar fecha em alta de 1,05% cotado a R$ 3,75; Bolsa cai 0,34%

pessoa contando notas de dólar

Dólar fecha em alta de 1,05% cotado a R$ 3,75; Bolsa cai 0,34%

RIO e SÃO PAULO — Acompanhando o movimento do exterior, o dólar comercial fechou em alta de 1,05% nesta quarta-feira negociado a R$ 3,75. Na Bolsa, o dia foi de volatilidade por conta das incertezas em relação ao andamento da reforma da Previdência e ao final do pregão o principal índice do mercado de ações brasileiro, Ibovespa, fechou em queda de 0,34% aos 95.842 pontos.

A moeda americana teve um dia de ajuste no exterior em relação a moedas de países emergentes, depois de uma sessão de queda global da divisa ontem. O dollar spot, índice da Bloomberg que acompanha o desempenho da divisa frente a uma cesta de dez moedas, subia 0,34% no fechamento dos negócios no Brasil.

Também sustentaram a alta do dólar no exterior dados de inflação dos Estados Unidos, que ficaram um pouco acima do esperado em janeiro. O índice de preços ao consumidor subiu 1,6% na comparação anual, ante uma alta estimada de 1,5%, indicando um crescimento ainda sólido da economia americana.

No cenário doméstico, mesmo com a alta hospitalar do presidente Jair Bolsonaro, o mercado se mantém na expectativa de qual projeto de reforma da previdência será enviado ao Congresso. Pontos como a idade mínima para a aposentadoria ainda estão indefinidos. Portanto, analistas acreditam que mesmo com o presidente Bolsonaro voltando a tocar a reforma, ainda não existe espaço para divisa americana cair abaixo de R$ 3,70.

Para Fabrizio Velloni, especialista em câmbio da Frente Corretora, o mercado ainda não enxerga uma articulação sólida do governo para aprovar os pontos da reforma da Previdência desejados. Segundo ele, com a saída do presidente Bolsonaro do hospital, é possível que ele se envolva pessoalmente com os deputados e senadores para articular melhor o apoio ao governo.

– Hoje, as divisas de mercados emergentes estão sofrendo e, no Brasil, há sempre mais volatilidade. Já em relação ao cenário doméstico, o governo precisa mostrar ao mercado que está consolidando uma base sólida para ter governabilidade. Com isso, poderá levar adiante a reforma da Previdência com o projeto que achar mais adequado – diz Veloni.

Ele observa que o mercado estebeleceu o patamar de R$ 3,70 do dólar como uma espécie de piso enquanto não houver clareza sobre o projeto da reforma e seu andamento. Mas se o governo conseguir aprová-lo sem que ele seja muito desidratado a moeda americana pode recuar com mais força, chegando a R$ 3,40, avalia o especialista.

O economista Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe da Modalmais, observou, entretanto, que no exterior o clima está mais tranquilo com a probabilidade de acordo comercial entre EUA e China. O presidente Donald Trump disse que pode adiar implantação de tarifas, no dia 1º de março, caso as negociações estejam correndo bem.

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Fonte: Globo Economia
João Sorima Neto e Gabriel Martins

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