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Taxa de Juros, taxa de câmbio e Investimentos. Como navegar neste momento incerto.

Taxa de Juros, taxa de câmbio e Investimentos. Como navegar neste momento incerto.

Com a recente escalada do dólar e a concomitante redução da taxa básica de juros, as estratégias de proteção econômica e de investimentos passam a ser cada vez mais desafiadoras.

Por isso, vamos abordar aqui alguns pontos sobre este assunto.

Qual a relação entre Taxa de Juros e Câmbio?

A taxa básica de juros da economia é um dos principais fatores para influenciar o câmbio, apesar de não ser o único. E por que isso acontece?

A taxa de câmbio representa de forma numérica a relação entre moedas de distintos países. Nesta composição há diversas variáveis. Uma delas, talvez a mais significativa para nossa realidade financeira é a taxa de juros.

Quando o Brasil possuía a mais alta taxa básica de juros do mundo, até pouco tempo atrás, os investidores traziam seus investimentos para o país e adquiriam títulos públicos, que oferecia a melhor relação risco-retorno possível, praticamente uma rentabilidade garantida.

Com altas taxas de juros, valia a pena correr os riscos de uma economia emergente, por conta do diferencial de taxa de juros que garantia ganhos expressivos.

Este cenário proporcionava um volume de dólares “estacionado” no mercado local, que supria a demanda e preservava a cotação em níveis mais acessíveis.

Atualmente, com a redução significativa nos níveis de juros, os investidores estrangeiros deixam de enxergar a atratividade em manter capitais no país, pois enxergam agora apenas aponta do “risco”, desbalanceado a relação com o retorno. Isso fez com que a “fuga” dos dólares acontecesse de forma massiva e, associado ao atual momento de crise (que já gera uma evasão natural), transformasse a cotação em algo inimaginável em poucos meses.

A expectativa é que tenhamos uma cotação mais alta por um bom período de tempo, já que nossa política de juros mudou, mas espera-se que nos próximos meses a parcela responsável pela “crise” que levou o dólar abater quase R$ 6, retraia e tenhamos a moeda americana pouco abaixo dos R$ 5 até o final do ano.

O dólar nestes patamares por tempos mais dilatados pode pressionar podem ter efeitos positivos e negativos à economia. A exportação de commodities e agropecuária, que tem estimativa de safra recorde, pode aproveitar a cotação e obter ganhes expressivos em moeda local.

Já alguns segmentos importadores – Automotivo, Alimentício, Produtos industrializados, podem pressionar a inflação localmente e reduzir ainda mais o poder de compra das pessoas, que terão sua renda média achatada nos próximos meses.

As próximas semanas serão decisivas para entender o futuro de nossa balança comercial, fluxo de investimentos e inflação projetada.

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