O investimento de brasileiros no mercado imobiliário internacional aumentou 240% entre 2007 e 2017, segundo o Banco Central. Dados da corretora Elite Internacional Realty apontam que, somente em 2018, os brasileiros investiram US$ 2 bilhões em imóveis na Flórida e, mesmo durante a pandemia, a busca por casas e apartamentos em Portugal cresceu 40%.
A garantia de retorno financeiro, considerando que as moedas estrangeiras valem mais que o dobro do real, é um dos maiores atrativos para o investimento imobiliário fora do Brasil. Mas é essencial aliar seus objetivos às condições de compra e financiamento oferecidas por cada país para garantir o pleno sucesso do negócio. Considerando os riscos, o ideal é sempre optar por países cuja economia não tenha sido muito abalada pela pandemia, para não enfrentar futuras variações de preço.
Antes do avanço do coronavírus, os brasileiros eram o segundo maior detentor de imóveis em Portugal, perdendo apenas para os americanos. O mesmo idioma e a promessa de ótima qualidade de vida no país europeu vêm atraindo muitos investidores, mas, assim como no Brasil, é preciso ter em mente que o processo de compra é bem burocrático.
Além de exigir um representante fiscal que resida no país ou na União Europeia para realizar o pagamento de impostos após a compra, é preciso separar cerca de 10% do valor do imóvel para custear esses tributos. Se a ideia é comprar a prazo, a entrada é de, no mínimo, 30% desse valor, mas o restante pode ser parcelado em até 50 anos por meio de uma instituição bancária.
Portugal oferece uma condição bastante atraente para investidores que, além de sonharem com um bom negócio, desejam conquistar, de quebra, uma Autorização de Residência Especial para Investimento (ARI), o chamado “Visto Gold”, que permite a livre circulação por países da União Europeia. O benefício é concedido para quem compra imóveis construídos há mais de 30 anos e com valor acima de 350 mil euros.
Comprar um imóvel na França é tão burocrático quanto em Portugal, embora o país não apresente restrições a estrangeiros que queiram realizar o investimento e as taxas para financiamentos sejam bem interessantes. A diferença é que, mesmo que o valor do imóvel seja bem alto, isso não vai garantir nenhum benefício de cidadania ao investidor.
Se o objetivo for aluguel ou revender o imóvel, o ideal é optar por países onde o processo de aquisição seja menos burocrático e a demanda por imóveis esteja sempre em alta, principalmente, após a retomada do turismo.
Comparado a outros países da Europa, o Reino Unido garante um processo relativamente simples, por meio de um contrato particular. Embora a compra não garanta o visto definitivo, auxilia a permanência no país. Já nas compras a prazo, o investidor pode realizar o pagamento por meio de uma hipoteca.
Mas, se o desejo é obter retorno financeiro, e não necessariamente morar na Europa, antes da pandemia, os fundos imobiliários americanos foram os que apresentaram os melhores resultados, chegando a ganhos de 8,5% ao ano. O processo de compra no país é relativamente simples, exigindo uma conta no exterior e o acompanhamento de advogados especializados no mercado para agilizar o processo. Para financiamentos, no entanto, são necessários visto e comprovante de residência válidos.